
Eu acendi outro cigarro na brasa daquele que tava acabando. Fiquei com os dois na mão mesmo, não importava mais como eu parecia. Ela só olhou meio de lado e foi até a janela. Como ela ficava linda enrolada no meu lençol, e eu ficava ridículo fumando dois cigarros. O perfeito contraste.
Ficou lá parada um tempo olhando pela janela, abriu a boca pra falar alguma coisa mas acho que desistiu. Eu fiz que não ví.
-Me dá um cigarro. Ela falou. Eu dei e ela acendeu com um isqueiro. Aí ela abriu a janela. Um vento frio entrou, e eu senti como se meu rabo tivesse congelando.
-Não precisa abrir pra fumar aqui... Ela deu uma risadinha e continuou olhando pela janela. Queria saber no que ela pensava. Joguei o cigarro mais antigo, que segurava na boca, pela janela e ela nem percebeu.
Só ficava lá olhando sei-lá-prá-que, sem nem mexer os olhos. As vezes ela suspirava e eu dizia "fecha a janela". nada. O vento batia e levantava o lençol. Dava pra ver as pernas dela quando isso acontecia,
Aquelas eram duas pernas lindas. Não que fosse muito diferente das outras pernas, mas eram lindas. Afinal eram as pernas DELA. A beleza em seu estado puro. Mas não foi a perna dela, ou as pernas dela o que me chamou atenção primeiro. Foi o cabelo dela, logo que eu ví o cabelo dela, eu não consegui mais pensar em coisa alguma...
O cabelo dela se mexia com o vento também. E ficava ainda mais lindo. era tudo tão lindo que eu não ligava pro frio. tudo aquilo era tão bonito que parecia uma poesia, ou sei lá... Um rascunho do paraíso.
Fiquei lá olhando e nem vi que meu cigarro tinha apagado.
-O que foi? ela me perguntou quando viu que eu tava estático
-Fecha a janela e vem aqui... Eu joguei o meu cigarro pela janela.
Ela, finalmente, fechou a janela e deitou na minha cama, sua boca tinha gosto de menta. Aí eu nao aguentei.
- Eu te amo.
na mesma hora a boca dela parou de trabalhar.
Ela me olhou com os olhos meio assustados e me deu outro beijo. Ficamos lá abraçados a noite toda e depois parte da manhã. Não sabia se tinha feito besteira ou não.
Ela disse então que estava atrasada. Eu não perguntei pra quê, nem se ela queria uma carona. Não. Esse tipo de pergunta me irrita.
Perguntei então se ela queria casar comigo. Pois é. Ela ficou me olhando como se eu fosse de outro planeta.
-Não ia dar certo. Ela disse. Eu concordei e disse que tava brincando. Ela fingiu que acreditava e me beijou no rosto falando que me ligava. Eu disse que não sabia se ia dar pra ver ela essa semana porque eu ia ter um trabalho.
Ela saiu pela porta e eu abri uma cerveja. fui fumando um cigarro atrás do outro e por volta das 3 eu meti a mão no meu bolso e joguei o anel pela janela.
Não fui trabalhar naquela semana.
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